Centenário da Catedral Metropolitana de São Sebastião 596j6k
A história da catedral começou de forma simples ainda no século XIX em outro espaço quando um grupo de pessoas solicitou ao bispo de São Paulo a autorização para erguer uma pequena capela com a invocação de São Sebastião. Com o crescimento da população a pequena capela foi elevada a matriz com a instalação da paróquia de São Sebastião do Ribeirão Preto em 16 de julho de 1870.
A cidade cresceu e a busca por novos espaços e valores levou a demolição da matriz na praça quinze, no local que hoje fica a fonte luminosa, e foi escolhido este espaço para um novo templo.
Para a nova igreja, a escolha do projeto arquitetônico, foi feita a partir de um concurso em que participaram trinta e três arquitetos com suas plantas cujas maquetes ficaram expostas no Teatro Carlos Gomes e foi escolhido o projeto de Carlos Eckman, com o inicio das obras em 1905. Em 1908 a cidade foi nomeada sede de diocese e a matriz ainda em construção com apenas as paredes levantadas ou a catedral.
A chegada do primeiro bispo D.Alberto José Gonçalves em fevereiro de 1909 deu impulso para a construção, ele colocou mais 200 contos de réis na obra o que era uma verdadeira fortuna na época. D. Alberto contratou um dos principais pintores Benedito Calixto para fazer a decoração da igreja e é ele que nos conta por meio das seis telas a vida do padroeiro São Sebastião e junto com ele outros pintores trabalharam para que a decoração ganhasse forma.
A cúpula pintada por Nicolau Biagini representa os quatro evangelistas e cenas do evangelho. Os vitrais feitos pela empresa Conrado de são Paulo especializada em vitrais para templos religiosos representam cenas da vida de santos com o objetivo de evangelizar. A porta de bronze conta por meio dos brasões a história dos bispos e papas.
Outra jóia da Catedral são os altares laterais dedicados aos santos. Destaco dois deles o do Sagrado Coração de Jesus e o de Nossa Senhora do Rosário. No alto de cada um uma grande rosácea brilha sob a luz do sol e fecha o conjunto da obra. Se olharmos bem em cada cantinho tem uma pequena imagem, um outro detalhe, algo que nos inspira a viver a nossa fé. A catedral é inteira uma obra de arte.
Qual a importância deste templo hoje para cada um de nós? Porque é importante preserva-lo? Não é somente um templo centenário.
Foram décadas de trabalho entre o lançamento da pedra fundamental em 1905 até a década de 1920 execução da edificação, e depois de 1920 com a finalização da decoração e a construção dos altares laterais sagrados por D. Manuel.
A movimentação da paroquia com festas, rifas, leilões entre outras formas de arrecadação permitiu uma identificação das pessoas em torno da mesma.
Várias gerações trabalharam e fizeram de grandes a pequenas doações, todas de igual importância para que a catedral fosse construida e preservada e é esse sentimento de unidade que une o povo cristão que muito contribuiu para tornar realidade a magnifica catedral de São Sebastião do Ribeirão Preto.
E o piso? Muitos podem dizer “vamos trocar está velho”, no entanto, ele guarda a história centenária de milhares de pessoas que todos os anos am pela catedral para rezar pedindo graças ou para agradecer por aquelas que receberam, porque ela também nos transmite um profundo sentimento de segurança e por isso mesmo as pessoas a procuram todos os dias como um refúgio.
Nesta catedral casamentos foram realizados e depois estes mesmos casais retornaram para batizar seus filhos, educando-os na fé católica, trazendo para a catequese de primeira comunhão e confirmando a fé com o crisma.
Quantos jovens, pais e mães de familia participaram das associações leigas da catedral e como exemplo, o centenário grupo das rosaristas.
Desde o início da história da catedral famílias de agricultores frequentaram e abrilhantaram a festa do padroeiro São Sebastião, rezando e pedindo proteção e bênçãos para suas lavouras, animais e ou outras graças.
Por fim, podemos afirmar que existe uma identidade que une as pessoas que frequentam a catedral e que faz dela ao longo deste século um ponto de referência para os católicos e também para os não católicos que nela encontram refúgio pois o ado e o presente estão unidos e que nos leva para o futuro.
Dra. Profa. Nainôra Maria Barbosa de Freitas
Professora de História da Igreja na Faculdade Católica da Arquidiocese de Ribeirão Preto